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Meu próximo carro será um chinês. Resta saber qual. Fiz um test-drive no Cielo e no Face, e gostei muito. O QQ chega em março fazendo 20 km por litro e custando R$ 22.900 A Chery me parece realmente disposta a ficar no Brasil e seus carros são bem acabados, completos e com 3 anos de garantia. O Cielo passou com cinco estrelas no crash-test e isso inspira muito mais confiança do que os nacionais que tiraram duas ou três estrelas, no máximo. Também gostei dos carros da Lifan. O 320 tem um charme irresistível pela inspiração do Mini, custando a metade da metade do preço do original. O 620, além de oferecer bancos de couro de fábrica, controle de som no volante, mecânica do Corolla nacional, tem todos os opcionais do Cielo e custa R$ 3 mil reais a menos. Não obstante, em março chega a Jac, Byd, Great Wall, Haima e não sei mais quantos chineses. São tantas opções que estou ficando confuso. Será que vale a pena esperar mais um pouco?
Márcio Zingen
Caro Márcio, primeiro vamos esclarecer algumas coisas que você deve ter ouvido dos vendedores. O Cielo levou cinco estrelas no crash-test realizado pelo C-NCAP, da própria China, órgão que ainda não tem o mesmo nível de exigência do instituto Euro NCAP – esse, sim, referência quando o assunto é teste de impacto. Segundo equívoco: o Lifan 620 não usa mecânica do Corolla nacional. Ele é apenas inspirado na geração anterior do Corolla, mas seus componentes não são Toyota.
Quanto aos carros, pelo que dirigi desses modelos, os modelos da Chery estão um passo à frente dos Lifan, tanto em acabamento quanto em acerto mecânico. Na edição de março da Autoesporte, testamos um Lifan 620 e não faltaram reclamações quanto à transmissão (embreagem), suspensão (molenga), direção (com folga)… O Chery Face tem um motor interessante e um nível de construção melhor, mas ainda assim deixa a desejar em suspensão (antiquada e desconfortável) e direção (que alternava entre leve e pesada no meio da curva). Além disso, nessa mesma edição apresentamos clientes de Chery e Effa com diversos problemas – do carro à rede, carente de peças.
O Jac J3, que também testamos esse mês (e está 40 dias conosco no Quarentena), me pareceu bem mais maduro que os demais chineses. Isso porque o grupo importador SHC, do empresário Sergio Habib, contratou um time de engenheiros daqui e fez mais de 200 mudanças nos carros que vêm para o Brasil. É o melhor chinês em termos mecânicos e de acabamento, sem falar que a Jac promete um pós-venda mais eficiente, com 46 concessionárias a partir de 18 de março. Claro que o carro tem onde evoluir (apresentou problema na trava elétrica durante o teste), mas a promessa parece boa. Se você está decidido a ter um chinês, creio que um Jac é a compra mais segura.
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Daniel Messeder
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