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    Resident Evil: The Darkside Chronicles - Wii

    Luigi
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    Resident Evil: The Darkside Chronicles - Wii Empty Resident Evil: The Darkside Chronicles - Wii

    Mensagem por Luigi Sex 08 Jan 2010, 15:00

    Se Resident Evil 4 projectou a série no sentido do combate e de outras técnicas aptas para abrir caminho em vastas áreas abertas e cujos mecanismos impuseram novas regras na evolução dos jogos de acção e survival na terceira pessoa, aquando da viragem da meia década, Resident Evil The Umbrella Chronicles, por iniciativa da Cavia, abriu a casa dos horrores dentro da série da Capcom, como se um polícia virtual fosse chamado a emparelhar paletas de zombies. O aspecto mais destacado neste regresso aos trechos de Resident Evil 2 e Code: Veronica, é a forma como, apesar de prescrever toda a base do jogo através de um sofá em movimento, consegue recriar e reproduzir os ambientes desses dois segmentos.

    Poder-se-á pensar se faz sentido mais uma sequela on-rails numa altura em que o mercado dos “shooters” on-line da Wii continua encimado por alguns notáveis como House of The Dead Overkill (mordaz embora pouco exigente na consecução dos objectivos) e Dead Space Extraction. Além disso, as pálidas vendas da obra da EA, ainda devem funcionar como uma sineta que apita à mínima tentativa de desenvolvimento de um jogo do género.

    Talvez pela maior acessibilidade, aliada à propensão do comando da Wii para o apontar incessantemente a uma série de alvos, sopesando cada tiro e carregando a arma quando os zombies deixam de sufocar, não deixa de ser uma boa forma de descobrir um pouco mais sobre Claire Redfield, Leon Kennedy e outros. Fora da redoma dos RE tradicionais, estas crónicas proporcionam um bom desafio, suficientemente longo e capaz de agradar aos veteranos das “light guns”.

    Logo no começo, há uma missão que põe à prova a possível adaptação ou criação de um Resident Evil 5 para a máquina da Nintendo. Na designada Operation Javier, Leon Kennedy e o colega Jack Krauser são destacados para a América do Sul, numa zona com águas mornas e casebres de madeira erguidos e alinhados de acordo com os trâmites dos cenários em África. A dimensão da área é assinalável, mas com todas as limitações do hardware, fica-se com a ideia que não seria impossível pôr um Resi 5 a correr na Wii. Posta de parte a criatura de fim de nível, abre-se caminho para o prato forte desta obra; os percursos de Resident Evil 2 e Code: Veronica.

    A parceria que pode ser aproveitada para dois jogadores em simultâneo, sem que, porém, seja permitido ao nosso colega entrar em funções a meio da passagem por um capítulo, mostra-se eficaz no que respeita à colocação e revisita dos argumentos, sobretudo pelos diálogos entre as personagens ao longo dos trechos. Sempre de uma forma estruturada, há uma boa coesão entre as narrativas e pelas cenas de síntese sempre se ficam a saber outros pormenores. Um dos pontos altos do jogo respeita ao trabalho de voz, com toda a familiaridade que isso induz nos fãs da série, mas também pela boa reprodução do ambiente sonoro.

    No que respeita ao modelo de jogo, a tentativa de inovar, pondo a câmara de jogo em permanente sobressalto, como se a personagem estivesse atónita de receio, nem sempre se concilia dificuldade com eficácia. Se, pelo constante movimento e rodopio, os produtores tinham em perspectiva dificultar a tarefa do jogador, obrigando-o a acertar em cheio nas poucas vezes que tinha possibilidade, também lhe dificultaram a tarefa sobremaneira especialmente nos confrontos com os “bosses”. Sendo que nalguns deles os alvos constituem pequenos pontos, que só por curtos espaços de tempo ficam visíveis, em pouco tempo se perde o melhor armamento e, com a criatura ainda fortalecida, é possível que voltem ao começo para inverter o ciclo.

    De resto não há novidades e particulares inovações neste âmbito. Tiros na cabeça dos zombies e à queima servem para abrir caminho ou chegar para lá as ameaças, sobretudo com a famosa e sempre bestial “shotgun”, mas noutras situações de maior aperto terão de conciliar a técnica do “lock and load” com os QTE, seja premindo A ou B e até ambos os botões. As vagas de zombies chegam de qualquer lado e quando se movem em grupo, o lançamento de um par de granadas atenua a perigosidade do instante.

    Sem grande margem para potenciar os efeitos de um “survival”, os momentos de maior sofreguidão acabam por ganhar forma nas lutas contra os “bosses”, organizadas por diferentes graus de evolução, sendo determinante a quantidade e qualidade do equipamento de combate ao dispor. A atenção empregue nos cenários, permite descobrir amiúde objectos que incrementam o pecúlio monetário mas outros que de imediato ou em reserva, permitem restabelecer a saúde.

    O “upgrade” às armas é por isso essencial e decisivo para fecharem as lutas com as criaturas e abrirem novos capítulos. Por vezes impõe-se uma segunda volta ao mesmo nível para se descobrir e recolher um objecto valioso que tenha escapado ao alcance imediato e cuja utilidade é decisiva. Num prosseguimento a solo a intervenção do colega resume-se a um mínimo de protecção através da inteligência artificial, no entanto, seremos mais depressa chamados a proteger o nosso colega, evitando que entre em colapso e faleça, caso contrário não seguem em frente.

    The Darkside Chronicles não pugna pela inovação do género, mas dá boa conta na reprodução dos cenários, ambientes, criaturas de fim de nível e argumentos que servem de sustentáculo e que relevam para os fãs da série, também por toda a nostalgia e revivalismo, atingindo as expectativas e colocando-se a par da melhor oferta para a Wii. Mas o argumento maior é a certeza que aqui encontram um desafio consistente e prolongado para os fãs de acção do tipo arcade.

    8/10

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