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    GoldenEye 007 - Wii

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    GoldenEye 007 - Wii Empty GoldenEye 007 - Wii

    Mensagem por O-Gnomo Qui 25 Nov 2010, 23:12

    GoldenEye 077
    Wii
    Nota 8,0

    A Activision deixou claro, quando partiu para o desenvolvimento de GoldenEye 007 para a Nintendo Wii, via Eurocom, que não tinha como principal preocupação fazer um "remake do jogo original lançado para a Nintendo 64 e produzido pela Rare. Sem carta verde da Rare, esta recuperação do clássico para a Wii vai fazendo o seu percurso, sem comprometer e ainda que sejam evidentes conexões com os lugares onde se fizeram as filmagens e com os protagonistas do filme, há margem para uns quantos enxertos originais, se bem que a principal alteração é que Pierce Brosnan ficou de fora, tendo passado para a luz da ribalta o actual Bond, Daniel Craig.

    Não se pode esperar que esta versão (exclusivo Wii) proporcione o mesmo impacte à semelhança da obra concebida pela Rare. Naquele tempo os FPS's para consolas rareavam e GoldenEye representou o empurrão que faltava, tendo sido bem recebido, ao mesmo tempo que desbravou caminho para novas iniciativas. Hoje, o género está mais que consolidado e recicla-se anualmente para gáudio da editora, sobretudo com a ligação permanente das consolas à rede. Logo, só uma visão utópica poderia admitir um objectivo que teria por base um replicar de importância e resultados, especialmente num sistema que não joga no mesmo tabuleiro as rivais.

    Dito isto e considerando o jogo pelo valor em si mesmo, ficamos bastante agradados pela forma como a Eurocom abordou o filme e como conseguiu construir um reduto muito aprazível de se percorrer. A produtora afastou-se de qualquer tentativa de equiparação e construiu um produto mais à sua maneira. No final, ficamos perante um jogo muito competente e completo; uma boa proposta do género para a Wii, porventura a melhor. E o empenho em fazer um título sólido e consistente descobre-se na variedade das missões e na combinação entre espionagem, acção e cumprimento de objectivos, entre vários níveis de dificuldade que afectam a progressão, normalmente desembragada.

    A equiparação ao filme está salvaguardada nos seus pontos essenciais, mas a inovação aqui é que para cada momento que os fãs de Bond irão reconhecer existe um desenvolvimento suplementar, uma perspectiva diferente, e assim, num instante, qualquer coisa original desponta. De todo o modo, a forma de um filme Bond está garantida, na revisita a locais distintos e afastados do planeta, até ao confronto final no cimo do painel gigante solar edificado na Nigéria. A trilha sonora empresta um conforto inconfundível à acção e ainda que um pouco repetida, não raro sentimo-nos realmente na pele do agente ao serviço de sua Majestade quando irrompemos discretamente por alas e secções interiores militares abatendo inimigos à custa da pistola com silenciador, ou então, num ataque surpresa corporal pelas costas.

    É possível percorrer surrateiramente boas secções do jogo. Nalguns casos o silêncio é tal que até nos chegam as conversas dos soldados patrulha. A utilização dos "gadgets" tão famosa no cinema não colhe aqui da mesma forma. Quase sempre limitados a um telemóvel capaz de efectuar reconhecimento facial (o nível dentro de uma discoteca em Barcelona no meio da pista de dança é um bom respiro de originalidade), desmantelar aparelhos de vigilância e tirar fotografias, o principal está no arsenal à disposição e na variedade de armas que poderemos utilizar. Tanto as nossas como dos inimigos, o objectivo é recolher e disparar.

    Outras vezes não apetece jogar tanto ao jogo do esconde, até porque não se toma aqui a iniciativa do jogo de acção furtiva por excelência que é Metal Gear Solid. Bond é essencialmente um herói de arma em punho, capaz de provocar o caos numa base aérea ou numa zona de construção e de lidar com correntes de inimigos. Mas apesar de se manter fiel a outras propostas da cartilha FPS's da Activision, o aspecto mais interessante que sobressai é a ligeireza e qualidade da acção. Nota-se que o aproveitamento da tecnologia foi bem longe, com bons momentos de desorientação, rebentamentos, peças gigantes do cenário em queda, múltiplos inimigos, encontrar um refúgio para regenerar e voltar ao ataque.

    O problema da linearidade das missões é mais evidente face ao original, ainda que o ajustamento do grau de dificuldade obrigue o jogador a cumprir objectivos suplementares antes de alcançar um ponto intermédio de gravação. Optando por uma dificuldade reduzida será dado um fio condutor que imediatamente leva o agente ao ponto de conclusão, numa opção eficaz para jogar à Rambo para um tempo recorde. Porém, as dificuldades mais elevadas causam dores de cabeça, principalmente nas sessões derradeiras. Num trecho final terão de escoltar e proteger Natália das vagas de inimigos que irrompem pela sala de computadores, alvejando os servidores e a parceira de Bond, numa luta incessante contra o tempo e contra a pontaria. Num piso irregular e polvilhado de obstáculos, sente-se que o exercício da pontaria é afectado pela subida e descida de degraus.

    A campanha é suficientemente longa, recheada de momentos de maior disputa, aos quais não faltam os eventos de acção imediata, naquilo que se torna numa utilização mais vaga dos comandos wii, quer para abater adversários com golpes corporais, quer para abrir portas ou efectuar alguns golpes durante os combates.

    As opções para vários jogadores dividem-se entre o confronto local (até quatro jogadores em ecrã dividido) ou em rede (para um máximo de oito jogadores). A utilização da pistola de ouro é um dos atributos para ganhar pontos de experiência, cuja acumulação é indispensável para alcançar novos níveis de jogo e, consequentemente, abrir novas regras de jogo para confrontos em rede, desde os confrontos clássicos individuais e por equipas até pistola de ouro, caixa negra, goldeneye e licença para matar.

    A partir do momento que coube à Eurocom (a mesma do bem positivo Dead Space: Extraction – Wii) enfrentar o desafio e reinventar GoldenEye 007, sabia que as comparações com o original da N64 seriam inevitáveis. Mas na altura em que chega 007 Blood Stone às outras plataformas, GoldenEye é uma recuperação de um clássico. Ainda que a Eurocom tenha arriscado na deriva e realinhamento dos segmentos principais do filme, não entrega uma obra com novos patamares de inovação. Antes reconfigura um "fps" e consegue, de um modo geral, proporcionar uma experiência sólida, mais próxima dos combates modernos.

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