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A cada dia que passa, a categoria dos utilitários esportivos fica mais democrática. Se antes era necessário um investimento considerável para ter um deles na garagem, agora o leque de opções se abre cada vez mais. Como milagres não existem, doses de utilitarismo e esportividade tendem a ser proporcionais ao investimento. Com o Duster, lançado na Europa, a Renault apresenta sua receita para levar a muito mais gente um carro confortável para dirigir nas ruas e com disposição para encarar estradas de terra.
Veja o carro que aparece nesta reportagem: equipado com CD player e MP3, ele é vendido a partir de 14 100 euros. Ou seja, novo em folha e mesmo bem mais equipado que a versão básica (vendida a partir de 11 900 euros, com acionamento manual dos vidros e quase nenhum item de série, com exceção da direção com assistência hidráulica), custa mais barato que um Hyundai Tucson ano 2006, com bons quilômetros no hodômetro. No confronto com modelos novos, são 5 000 euros menos que um Fiat Sedici (irmão do Suzuki SX4), também com tração 4x2, e quase a metade do pedido por um Kia Sportage. No Brasil ele deverá repetir a façanha quando começar a ser produzido em São José dos Pinhais (PR), no primeiro semestre de 2011. Se tamanho for documento, o Duster leva vantagem. Tem 4,32 metros de comprimento, o mesmo porte do Tucson e 8 cm mais que o Ford EcoSport – mas este tem um estepe traseiro que ajuda a deixá-lo maior. O entre-eixos dá uma boa ideia do espaço superior do Duster: seus 2,67 metros ganham com facilidade dos 2,49 do EcoSport.
Produzido na Romênia para o mercado europeu, o Duster é o terceiro membro da família Logan. Com suas linhas de utilitário esportivo, é montado sobre a plataforma que deu origem ao sedã da família e ao hatch Sandero, ambos já produzidos na fábrica da Renault. Mas há um toque de estilo a mais no recém-chegado. Se a grande virtude do Logan era ter um porta-malas com 510 litros, mais que o de um Toyota Corolla, e o maior espaço interno se comparado a rivais diretos, o Duster oferece um pouco de todas essas qualidades com um desenho mais atualizado.
A esta altura você deve estar se perguntando o que o Duster tem em relação à concorrência, além do preço atraente. Invertendo a questão, vamos começar pelo que ele não tem. Mesmo nas versões intermediárias, esqueça detalhes de alumínio e couro nos bancos (no modelo avaliado eles eram revestidos de tecido preto e cinza). Com três raios, o volante é emborrachado. Seguindo a mesma tendência do sedã Logan e do hatchback Sandero (de quem empresta boa parte do painel), este modelo tem acabamento despojado. O revestimento interno das portas e do painel é de plástico duro. Nesse cenário realista, não há lugar para volante regulável, vidros que absorvam os raios solares, limpadores de parabrisa inteligentes ou navegação com GPS. Ainda assim, a sensação de ser um modelo low-cost não é gritante. O desenho da enorme grade dianteira, com faróis opulentos e um grande para-choque, segue uma receita clássica para os fora de estrada, mas desvaloriza o conjunto. Robusto e convencional talvez sejam os adjetivos mais precisos pAra defini-lo.
Uma vez instalado ao volante, dá logo para descobrir outros bons atributos. O Duster leva cinco passageiros sem aperto. Mesmo quem viaja atrás não se sentirá oprimido nesse carro de 4,32 metros de comprimento. O porta-malas comporta 505 litros, podendo aumentá-lo ainda mais rebatendo-se os bancos. Não há muitos porta-trecos, fora a bolsa das portas. Mas o porta-luvas é espaçoso. A regulagem dos assentos é feita com barra e alavanca lateral. A partir do nível de acabamento Ambiance, dá para ajustar o volante e também a altura do banco do motorista.
Por enquanto, na Europa são oferecidas apenas duas versões de motor para o Duster. Uma a gasolina, com motor 1.6 de 16 válvulas e 105 cv, e outra, a que avaliamos, 1.5 de 85 cv, movida a diesel. Neste último, apesar de ruidoso, sua performance não desaponta. Ele pode alcançar 155 km/h de velocidade máxima e acelera de 0 a 100 km/h em 13,9 segundos, segundo números de fábrica. Gasta razoáveis 12,7 segundos para retomar de 80 a 120 km/h. E oferece autonomia de 680 km. Especula-se que, quando chegar ao Brasil, o Duster seja equipado com o 1.6 de 110 cv, disponível para os europeus, e também com um 1.8 16 válvulas que equipa os Nissan Livina brasileiros, para atrair clientes de olho em um carro com desempenho mais ágil.
No trânsito de Paris, ponto para a direção com assistência hidráulica e para os engates fáceis do câmbio de cinco marchas. Já na autoestrada A13, mesmo com o asfalto molhado, o Duster mostrou firmeza. Suas suspensões – McPherson no eixo dianteiro e barra de torção na traseira – foram emprestadas do Logan e do Sandero, reforçadas para encarar caminhos mais acidentados. Segundo a Renault, protótipos rodaram 4 milhões de quilômetros de estradas em condições climáticas variadas. Mesmo sem possuir tração nas quatro rodas (prevista para chegar em junho, na Europa), o Duster tem atributos para encarar trilhas nem tão radicais. Suas credenciais para aventuras são 21 cm de altura em relação ao solo, 30 graus de ângulo de ataque e 36 graus de ângulo de saída, com 20,5 cm de altura em relação ao solo. No segundo semestre, a versão 4x4 herdará a tecnologia do Nissan Qashqai, que privilegia a tração no eixo dianteiro até a perda de aderência dos pneus. Nesse caso, as rodas traseiras entram em ação.
Na trilha aberta por Logan e Sandero, o Duster deve passar fácil. Obedecendo à risca o princípio de entregar o suficiente por preço atraente, ele pode ser uma opção interessante num mercado que demonstra bom apetite por novidades.
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CAMPEÃO
A prova de que o preço baixo é o forte da Duster é o título de SUV mais barato do mundo que levou da Academia de Recordes Mundiais, com 11 900 euros para a versão 4x2 e 13 900 para o 4x4.
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VEREDICTO
Devido à robustez, presença e espaço interno, o Duster deve encontrar receptividade por aqui. Ainda mais seguindo a tradição da família Logan, a de cultivar boas relações entre custo e benefício.
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, longitudinal, V4, 8V, a diesel com turbo
Cilindrada: 1 461 cm3
Potência: 85 cv
Torque: 20,4 mkgf
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: utilitário esportivo, 4 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 183 cm; altura, 163 cm; entre-eixos, 267 cm
Peso: 1 180 kg
Peso/potência: 13,9 kg/cv
Peso/torque: 57,8 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba: 505 l
Tanque: 50 l
Suspensão dianteira: McPherson
Suspensão traseira: barra de torção
Freios: disco ventilado na dianteira, tambor na traseira, com ABS
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Pneus: 215/65 HR16
Equipamentos: ar-condicionado, airbags frontais e laterais, faróis antineblina, rádio com CD player e MP3
http://quatrorodas.abril.com.br/carros/impressoes/dacia-duster-568921.shtml
Veja o carro que aparece nesta reportagem: equipado com CD player e MP3, ele é vendido a partir de 14 100 euros. Ou seja, novo em folha e mesmo bem mais equipado que a versão básica (vendida a partir de 11 900 euros, com acionamento manual dos vidros e quase nenhum item de série, com exceção da direção com assistência hidráulica), custa mais barato que um Hyundai Tucson ano 2006, com bons quilômetros no hodômetro. No confronto com modelos novos, são 5 000 euros menos que um Fiat Sedici (irmão do Suzuki SX4), também com tração 4x2, e quase a metade do pedido por um Kia Sportage. No Brasil ele deverá repetir a façanha quando começar a ser produzido em São José dos Pinhais (PR), no primeiro semestre de 2011. Se tamanho for documento, o Duster leva vantagem. Tem 4,32 metros de comprimento, o mesmo porte do Tucson e 8 cm mais que o Ford EcoSport – mas este tem um estepe traseiro que ajuda a deixá-lo maior. O entre-eixos dá uma boa ideia do espaço superior do Duster: seus 2,67 metros ganham com facilidade dos 2,49 do EcoSport.
Produzido na Romênia para o mercado europeu, o Duster é o terceiro membro da família Logan. Com suas linhas de utilitário esportivo, é montado sobre a plataforma que deu origem ao sedã da família e ao hatch Sandero, ambos já produzidos na fábrica da Renault. Mas há um toque de estilo a mais no recém-chegado. Se a grande virtude do Logan era ter um porta-malas com 510 litros, mais que o de um Toyota Corolla, e o maior espaço interno se comparado a rivais diretos, o Duster oferece um pouco de todas essas qualidades com um desenho mais atualizado.
A esta altura você deve estar se perguntando o que o Duster tem em relação à concorrência, além do preço atraente. Invertendo a questão, vamos começar pelo que ele não tem. Mesmo nas versões intermediárias, esqueça detalhes de alumínio e couro nos bancos (no modelo avaliado eles eram revestidos de tecido preto e cinza). Com três raios, o volante é emborrachado. Seguindo a mesma tendência do sedã Logan e do hatchback Sandero (de quem empresta boa parte do painel), este modelo tem acabamento despojado. O revestimento interno das portas e do painel é de plástico duro. Nesse cenário realista, não há lugar para volante regulável, vidros que absorvam os raios solares, limpadores de parabrisa inteligentes ou navegação com GPS. Ainda assim, a sensação de ser um modelo low-cost não é gritante. O desenho da enorme grade dianteira, com faróis opulentos e um grande para-choque, segue uma receita clássica para os fora de estrada, mas desvaloriza o conjunto. Robusto e convencional talvez sejam os adjetivos mais precisos pAra defini-lo.
Uma vez instalado ao volante, dá logo para descobrir outros bons atributos. O Duster leva cinco passageiros sem aperto. Mesmo quem viaja atrás não se sentirá oprimido nesse carro de 4,32 metros de comprimento. O porta-malas comporta 505 litros, podendo aumentá-lo ainda mais rebatendo-se os bancos. Não há muitos porta-trecos, fora a bolsa das portas. Mas o porta-luvas é espaçoso. A regulagem dos assentos é feita com barra e alavanca lateral. A partir do nível de acabamento Ambiance, dá para ajustar o volante e também a altura do banco do motorista.
Por enquanto, na Europa são oferecidas apenas duas versões de motor para o Duster. Uma a gasolina, com motor 1.6 de 16 válvulas e 105 cv, e outra, a que avaliamos, 1.5 de 85 cv, movida a diesel. Neste último, apesar de ruidoso, sua performance não desaponta. Ele pode alcançar 155 km/h de velocidade máxima e acelera de 0 a 100 km/h em 13,9 segundos, segundo números de fábrica. Gasta razoáveis 12,7 segundos para retomar de 80 a 120 km/h. E oferece autonomia de 680 km. Especula-se que, quando chegar ao Brasil, o Duster seja equipado com o 1.6 de 110 cv, disponível para os europeus, e também com um 1.8 16 válvulas que equipa os Nissan Livina brasileiros, para atrair clientes de olho em um carro com desempenho mais ágil.
No trânsito de Paris, ponto para a direção com assistência hidráulica e para os engates fáceis do câmbio de cinco marchas. Já na autoestrada A13, mesmo com o asfalto molhado, o Duster mostrou firmeza. Suas suspensões – McPherson no eixo dianteiro e barra de torção na traseira – foram emprestadas do Logan e do Sandero, reforçadas para encarar caminhos mais acidentados. Segundo a Renault, protótipos rodaram 4 milhões de quilômetros de estradas em condições climáticas variadas. Mesmo sem possuir tração nas quatro rodas (prevista para chegar em junho, na Europa), o Duster tem atributos para encarar trilhas nem tão radicais. Suas credenciais para aventuras são 21 cm de altura em relação ao solo, 30 graus de ângulo de ataque e 36 graus de ângulo de saída, com 20,5 cm de altura em relação ao solo. No segundo semestre, a versão 4x4 herdará a tecnologia do Nissan Qashqai, que privilegia a tração no eixo dianteiro até a perda de aderência dos pneus. Nesse caso, as rodas traseiras entram em ação.
Na trilha aberta por Logan e Sandero, o Duster deve passar fácil. Obedecendo à risca o princípio de entregar o suficiente por preço atraente, ele pode ser uma opção interessante num mercado que demonstra bom apetite por novidades.
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CAMPEÃO
A prova de que o preço baixo é o forte da Duster é o título de SUV mais barato do mundo que levou da Academia de Recordes Mundiais, com 11 900 euros para a versão 4x2 e 13 900 para o 4x4.
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VEREDICTO
Devido à robustez, presença e espaço interno, o Duster deve encontrar receptividade por aqui. Ainda mais seguindo a tradição da família Logan, a de cultivar boas relações entre custo e benefício.
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, longitudinal, V4, 8V, a diesel com turbo
Cilindrada: 1 461 cm3
Potência: 85 cv
Torque: 20,4 mkgf
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: utilitário esportivo, 4 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 183 cm; altura, 163 cm; entre-eixos, 267 cm
Peso: 1 180 kg
Peso/potência: 13,9 kg/cv
Peso/torque: 57,8 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba: 505 l
Tanque: 50 l
Suspensão dianteira: McPherson
Suspensão traseira: barra de torção
Freios: disco ventilado na dianteira, tambor na traseira, com ABS
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Pneus: 215/65 HR16
Equipamentos: ar-condicionado, airbags frontais e laterais, faróis antineblina, rádio com CD player e MP3
http://quatrorodas.abril.com.br/carros/impressoes/dacia-duster-568921.shtml
