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    Jogue videogame e fique mais saudável

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    Jogue videogame e fique mais saudável Empty Jogue videogame e fique mais saudável

    Mensagem por Goomba Sáb 26 Mar 2011, 23:25

    Por Daniel Pavani, especial para o Yahoo! Brasil




    O lançamento de um novo tipo de console de videogames trouxe para esse universo um público que já não estava acostumado mais a jogar, seja pela idade ou mesmo por gosto. Games como o Nintendo Wii, Xbox Kinect e o PlayStation Move, que vêm com jogos mais simples e reconhecem o movimento do corpo, parecem ter mudado este cenário, fazendo com que os jogadores ganhassem mais algumas faixas etárias.

    Apesar de os próprios fabricantes aconselharem os usuários a tomar cuidado com o tempo excessivo de jogo, sugerindo um tempo de descanso no caso de dores ou mesmo tomar cuidado com outros jogadores, os acidentes, as pancadas, os vasos quebrados e os machucados parecem insistir em aparecer.



    Mesmo assim, este novo tipo de interação com os videogames parece mesmo ter chegado para ficar e médicos e outros profissionais da saúde já acham interessante a ideia de utilizar os consoles no tratamento de determinadas doenças.



    O que pode dar errado?
    Uma das principais novidades nos últimos tempos no mundo dos games foi, sem dúvida alguma, o Nintendo Wii, lançado em 2001. Pouco tempo depois de seu lançamento começaram a aparecer relatos dos primeiros casos de reclamações de dores principalmente nas costas, ombros e cotovelos por conta dos jogos de esportes que vêm com o console, e usuários começaram a comparavam jogar videogame com ir à academia. Em entrevista à revista “Time”, Perrin Kaplan, porta-voz da Nintendo, afirmou que “se as pessoas estão sentindo dores, eles devem se exercitar mais”.



    Atualmente é o Kinect que tem proporcionado bom exemplos de como tomar cuidado na hora de brincar. Uma rápida busca por vídeos na internet com as palavras “kinect” e “fail” resulta em imagens que demonstram claramente alguns dos "perigos" de fazer movimentos bruscos ao brincar com o console.



    O que pode dar certo?
    Por outro lado, nos últimos anos começaram a surgir algumas aplicações desse tipo de game “ativo” para a saúde.Pesquisadores os usam para o tratamento de problemas motores provenientes de distúrbios neurológicos. Os cientistas trabalham com diferentes configurações de videogame para treinar as partes “mais fracas” do cérebro, estimulando os pacientes a usarem as regiões afetadas.



    Em 2006, um artigo publicado na revista “Pediatrics” compara a energia utilizada em games de “tela fixa” e em “games ativos”, ou seja, uma comparação entre jogos tradicionais com os de Wii, Xbox ou PS Move, que exigem movimento. Os resultados não poderiam ser mais óbvios: os autores descobriram que o game Dance Dance Revolutions, do Nintendo Wii, proporcionavam um gasto de energia até 172% maior, em comparação com um estado de repouso. Para jogos “sedentários”, este gasto foi de apenas 20% a mais. Estes dados serviram de base para que os pesquisadores indicassem este tipo de game para o tratamento de obesidade em crianças.


    Também em 2006, após o lançamento do Wii, o estadunidense Mickey DeLorenzo, iniciou o projeto ”Wii Sports Experiment”, com o qual planejava perder peso apenas com 30 minutos diários de gaming. Em seis semanas, ele conseguiu perder quatro kg. Para quem só jogou videogame, não se pode deixar de considerar como uma excelente dieta.



    Por outro lado, há quem não acredite que o acessório para o console da Nintendo traga tantos benefícios para o corpo. Em um estudo de 2009, Scott Owens, um pesquisador da Universidade do Mississippi, nos Estado Unidos, procurou descobrir se o acessório Wii Fit, que permite que os jogadores façam exercícios de academia, testando equilíbrio, força, aeróbica, yoga, poderia servir de auxílio para que a grande quantidade de obesos do país fizesse um pouco mais de exercício.



    Owens deu a oito famílias um console com o acessório e pediu para que elas jogassem durante um período de seis meses. Os resultados mostraram que as crianças tiveram um aumento na atividade aeróbica após três meses, mas não houve nenhuma modificação corporal significativa.

    Em 2008, um outro pesquisador americano, David Dzewaltowski, da Universidade Estadual do Kansas, mostrou certo ceticismo quanto aos possíveis benefícios do Wii. Segundo ele, “qualquer coisa que faça com que as pessoas se exercitem mais é positivo, mas se as pessoas estão trocando atividades físicas que requerem mais movimento pelo videogame, então isso é negativo”.



    Mas o Wii pode ser utilizado também para outras áreas da saúde. Em junho de 2009, um estudo do Dr. Ben Herz, da Faculdade Médica da Geórgia, nos EUA, mostrou que o console da Nintendo pode ser utilizado também para o tratamento de pacientes com Mal de Parkinson. Segundo Herz, “o Wii permite que os pacientes trabalhem em um ambiente virtual que é seguro, divertido e motivador”. Os jogos do console permitem que os pacientes exercitem a coordenação entre visão e movimentos, percepção visual e movimentos em sequência. Além disso, estudos revelam que o uso de videogames aumenta a produção de dopamina no organismo, um neurotransmissor reduzido em pessoas com Mal de Parkinson.



    Outros estudos usam o console também para a recuperação de pacientes que sofreram AVCs (acidente vascular cerebral, ou, mais popularmente, derrame), ferimentos nos membros, cirurgias ou mesmo ferimentos de guerra.



    O lançamento do acessório Kinect, do Xbox (Microsoft), pode ter sido ainda mais estrondoso para o mundo dos games do que o Nintendo Wii, já que ele permite o controle do jogo apenas com os movimentos do corpo, sem precisar de joystick.

    Já existem também algumas possíveis aplicações do acessório para tratamentos e recuperação de pacientes. Um dos principais pontos a serem abordados no futuro é a reabilitação motora e física em casa, com “games” que podem identificar e verificar o estado dos pacientes e sua evolução, por exemplo. Além disso, os médicos poderão avaliar o progresso dos pacientes via a rede social do console, a Xbox Live.

    O treinamento de médicos e profissionais da saúde também pode ganhar mais uma ferramenta, tanto para aprendizado remoto ou mesmo para a utilização de pacientes virtuais.

    Mas não são apenas consoles e games modernos que podem ser dar ao luxo de ajudar no tratamento de pacientes. No final de 2010 do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, no Reino Unido, usou o famoso jogo de encaixe de peças Tetris para auxiliar no tratamento de lembranças traumáticas. A pesquisadora Emily Holmes descobriu que o famoso jogo tem a capacidade de diminuir os flashbacks que ocorrem após acontecimentos traumáticos. Outros games, como jogos de quiz, por exemplo, têm o efeito contrário, acentuando estas imagens.

    Ainda na linha dos games “mais tradicionais”, a pesquisadora Daphne Bavelier, da Universidade de Rochester, em Nova York, publicou um artigo em 2009 mostrando que jogadores de games de tiro em primeira pessoa podem melhorar a visão. Os resultados do estudo foram tão importantes que os pesquisadores já acreditam que pacientes que sofrem de ambliopia - uma doença que afeta a percepção de contraste - poderia ser tratada com videogames.



    Fato é que, como tudo, os games possuem pontos positivos e negativos e a nova geração de consoles não é diferente. Seguindo o bom senso, os games entretêm, ensinam, ajudam em tratamentos médicos e projetos sociais. Foi-se o tempo que jogar videogame era coisa de criança e apenas diversão. Ainda bem.

    http://br.noticias.yahoo.com/jogue-videogame-e-fique-mais-saud%C3%A1vel.html

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